CAPSULITE ADESIVA (resumo de artigo cientifico )
- É uma das principais causas de incapacidade funcional do ombro;
- Características principais a dor e a rigidez articular de origem capsular
- Prevalência maior no gênero feminino, entre 40 e 50 anos;
- Incidência aumentada para 15% a 20% em indivíduos diabéticos;
- há quadro de dor no ombro que persiste por mais de 30 dias, especialmente no período noturno
Qualquer alteração que
comprometa sua estrutura e função faz
desse complexo articular alvo de inúmeras
afecções como luxações, osteoartroses,
síndrome do impacto do ombro, bursites
subacromial, tendinites e a capsulite adesiva.
- A CA consiste em uma condição de dor e limitação de mobilidade da articulação glenoumeral (EWALD, 2011).
- Duplay (1872), pioneiro nos estudos da CA, aponta que a rigidez dolorosa do ombro ocorre em razão da presença de aderências fibrosas na bolsa serosa subacromial.
- Já Coodman (1934), quem criou a expressão “ombro congelado”, acredita tratar-se de uma patologia articular caracterizada por dor intensa e limitação de amplitude de movimento (ADM), tanto ativo quanto passivamente.
- Neviaser (1945) descreveu alterações histológicas in!amatórias e fibrosas da cápsula articular e do revestimento sinovial do ombro, sendo as responsáveis pela expressão “capsulite adesiva”. Ainda de acordo com o autor, a presença de espessamento, processo in!amatório e retração da capsula articular, é característica fundamental na CA.
- Zuckerman, Cuomo & Rokito (1994), além de conrmarem a classificação proposta por Lundberg (1969), a primeira ocorre quando a CA é desencadeada por lesão no próprio ombro (tendinites do manguito rotador, tenossinovite da cabeça longa do bíceps, bursites e artroses acromioclavicular); a segunda, quando há associação com outras patologias como nos casos de lesões do membro superior, doenças do sistema nervoso central e periférico, lesões da coluna cervical, doenças do coração (isquemia do miocárdio) e pulmão (doença pulmonar crônica, tumores do ápice do pulmão); e a terceira, quando há associação com doenças como diabetes e enfermidades da tireoide.
Quadro clínico
# Dor intensa e rigidez progressiva
da articulação do ombro, importante
déficit na elevação anterior, abdução
e rotação interna e externa tanto passiva
quanto ativa; situação que favorece maior
uso de movimentos escapulotorácicos compensatoriamente
(VEADO e GONÇALVES,
2011).
Evolução clinica
1 fase: fase dolorosa,
aguda ou hiperálgica; pode durar de 2 a
9 meses e caracteriza-se pelo início insidioso
dos sintomas, em que a dor noturna
se intensifica significativamente, apesar de
também existir no período diurno
2 fase: rigidez,
enrijecimento ou congelamento; dura de 3 a 12 meses e há limitação global
dos movimentos do ombro. Veado & Gonçalves
(2011) reforçam que testes provocativos
para o manguito rotador podem estar
positivos nessa fase, situação que favorece o
falso diagnóstico da síndrome do impacto
do ombro.
3 fase: descongelamento. pode estender até 24 meses. A elasticidade capsuloligamentar começa
ser restabelecida, apesar da possibilidade de
permanência de algum grau de limitação
funcional .
Diagnóstico e exames
complementares
Na avaliação
física: observa-se limitação da ADM,
especialmente para rotação externa, que
comumente está diminuída 50%.
Exames Complementares: A radiografia é importante para descartar outras patologias. Diminuição do espaço
articular entre a cavidade glenoide e
a cabeça do úmero, porém, pode ocorrer
na incidência ântero-posterior (AP); além
disso, a presença de osteoporose ou osteopenia
pode aparecer nos casos de desuso
do membro
Ultrassonografia: permite identificar
estática e dinamicamente o espessamento
e a menor elasticidade de um importante
ligamento na articulação (coracoumeral)
e ajuda na detecção de lesões do manguito
rotador e/ou da cabeça longa do bíceps.
Ressonância magnética: pode
revelar espessamento da capsula articular
do intervalo rotador (>7mm), espessamento
do ligamento coracoumeral (>4mm) e borramento
da gordura do intervalo rotador
ou subcoracoide, que pode ser parcial ou
total.
Tratamento
Primeiro:
- Analgesia e anti-anti-inflamatório (corticoterapias);
- Manipulação articular sob efeito de anestesia;
- Bloqueio do nervo supraescapular e fisioterapia contínua e individualizada.
Segundo:
- Se quadro clínico se mantém inalterado mesmo após tratamento conservador, consiste na liberação da cápsula articular por via artroscópia ou cirurgia aberta.
➤ O uso de analgésicos e anti-inflamatórios
não hormonais pode ajudar na recuperação;
➤ A infiltração intra-articular de corticoide
pode ser utilizada no tratamento da CA à
medida que diminui substancialmente o
quadro álgico e melhora a mobilidade de
maneira consequente.
➤ A manipulação da articulação glenoumeral
sob anestesia é contraindicado
em pacientes com osteopenia
no úmero, osteoporose e diabéticos. Além
disso, pode apresentar riscos de complicações
como fraturas, lesões ligamentares e
tendinosas (JACOBS et al., 2009)
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