Manifestações musculoesqueléticas em gestantes
De acordo com BATISTA, 2008, durante o período gestacional os músculos abdominais
são alongados até seu limite elástico, diminuindo assim as suas habilidades de contração
máxima e, portanto, suas eficiências de contração. Também, ocorre uma hipermobilidade
articular com efeito da frouxidão ligamentar, predispondo lesões articulares e ligamentares,
especialmente nas articulações que sustentam o peso; coluna e membros inferiores. Estas
mudanças devem-se a influências hormonais, basicamente das alterações nos níveis de
relaxina e progesterona.
Durante a gestação, ocorre um estiramento da musculatura abdominal, a fim de permitir o crescimento uterino, deixando um espaço de mais ou menos de 1(um) a 3(três) cm entre os dois ventres do músculo reto abdominal, denominado de diástase (BORGES e VALENTIN, 2002). Carateriza-se pela separação ou afastamento dos feixes desses músculos ao longo da linha alba, e geralmente ocorre durante na gestação e no pós-parto imediato (KISNER e COLBY, 1998 e RETT et al., 2009).
De acordo com Rett et al. (2009), os fatores predisponentes para diástase dos músculos retos abdominais são: obesidade, multiparidade, macrossomia fetal, flacidez da musculatura abdominal e as gestações múltiplas.
Ainda aborda que, a DMRA não provoca diretamente desconforto ou dor, no entanto, com a distensão excessiva, pode haver interferência na capacidade da musculatura abdominal na estabilização do tronco, originando maior predisposição ao desenvolvimento da dor lombar. Batista (2008) ainda acrescenta que, a DMRA pode originar queixas musculoesqueléticas como dor lombar, possivelmente em decorrência da diminuição de habilidade da musculatura abdominal em controlar a pelve e a coluna lombar; limitações funcionais, como dificuldade em realizar mudanças de decúbito dorsal para sentado, devido à perda extrema do alinhamento biomecânico e funcional do músculo.
Segundo Piato e Tedesco (1989), o aumento do volume do abdómen provoca um deslocamento do centro de gravidade para a frente, aumentando assim a lordose e a posteriorização dos ombros. A mobilidade das articulações sacroilíacas, sacrococcígeas e da sínfise púbica também aumentam, provavelmente, às custas da ação hormonal.
Na perspetiva de Lowdermilk (2002) apud Arnhold (2009), uma das principais causas da mudança na postura estática e dinâmica da gestante é o constante crescimento uterino. Em função da alteração do centro de gravidade, ocorre um aumento na curvatura lombossacral e uma curvatura compensatória na região cervicodorsal (anteriorização da cabeça). Estas alterações desenvolvem-se para auxiliar na conservação do equilíbrio, podendo resultar em dormências, dores e fraqueza nas extremidades do membro superior. Flores (2009) ainda explica que, as alterações que ocorrem no sistema osteoarticular devem-se a deposição insuficiente de cálcio na matriz óssea, uma vez que, uma parte do cálcio é retirada do organismo materno para ser depositada no sistema ósseo do feto.
Segundo Polden e Mantle (2000), no terceiro trimestre há uma maior retenção da água, que pode originar em grau variante de edema nos tornozelos e nos pés na maioria das mulheres, reduzindo a extensão da articulação. Também, quando ocorre nos braços e nas mãos, pode causar pressão nos nervos causando parestesias e fraqueza muscular.
A sua etiologia específica na gravidez ainda é mal definida. No entanto, por ser uma afeção multifatorial, pode ser influenciada por aspetos como idade gestacional, profissão e atividades do dia a dia (SILVA e CARVALHO, 2011). Enquanto, Kisner e Colby (1998), realçam que a lombalgia gestacional ocorre devido a alterações posturais, diminuição da função abdominal e o aumento da frouxidão ligamentar.
Os sintomas da dor lombar compreendem em: dor após muito tempo na mesma posição (sentada ou em pé); dor ao subir escadas ou mudança de decúbito; atividades em pé com apoio unilateral ou torção; dor que não é aliviada com o repouso e frequentemente piora com atividade. Também, pode ocorrer desconforto na sínfise púbica (KISNER e COLBY, 1998).
Consiste em contrações tetânicas, dolorosas que podem durar de segundos a minutos. São
queixas comuns a partir da segunda metade da gestação, ocorrendo principalmente na
panturilha, nos pés e nas coxas. A etiologia é desconhecida, no entanto, podem estar
relacionados com isquemia e pressão na raiz nervosa, deficiência de magnésio e cálcio,
embora suas taxas não se mostrem diferenças entre grávidas e não grávidas. Estudos
metabólicos muitas vezes revelam balanço negativo de cálcio na grávida, sobretudo quando a
dieta é inadequada (POLDEN e MANTLE, 2000 e LIMA e ANTÔNIO, 2009).
O termo condromalácia se delimita a distúrbios da cartilagem articular, no entanto se ela
progredir até envolver alterações ósseas (formação de osteófitos, esclerose subcondral e
cisto), e da sinóvia (sinovite) poderá resultar em uma artrose patelofemoral. Normalmente, é
de origem idiopática. Porém, pode ser resultante de uma compressão patelar lateral,
traumatismo, cirurgia do ligamento cruzado anterior, imobilização prolongada do joelho ou
afeções sinóvias (Ministério da Previdência Social Brasileiro, 2008).
O amolecimento da cartilagem da patela durante a gravidez ocorre devido ao efeito da relaxina sobre o tecido do colágeno. O alargamento da pelve pode acentuar o ângulo Q do fêmur, na articulação do joelho, e puxar a patela para fora da sua posição. O ganho de peso e as alterações posturais também aumentarão o esforço sobre o joelho. Esses fatores podem combinar e provocar um aumento do movimento lateral da patela durante os movimentos de flexão-extensão (DIFIORE, 2000 apud TFARDOWSKI, 2004).
As gestantes que apresentam esse tipo de problema queixam-se de dor contínua na região anterior do joelho, que aumenta com a flexão ou ato de sentar por muito tempo. Embora os sintomas possam desaparecer após o parto (POLDEN e MANTLE, 2000).
É a segunda causa de dor nas mãos e punhos numa grávida. Esta patologia resulta de uma
compressão e irritação do tendão do abdutor longo e do extensor curto do polegar, quando
passam próximo ao processo estiloide do rádio (LIMA e ANTÔNIO, 2009).
O quadro clínico carateriza-se por dor de caráter insidioso, em projeção do processo estiloide
do rádio e que aumenta com a abdução radial ativa do polegar, ao realizar o alongamento
passivo de abdutor longo, desvio ulnar do punho, essa dor poderá irradiar para o antebraço e
braço. A tenossinovite de Quervain geralmente é unilateral, e apresenta edema local
(Ministério da Previdência Social Brasileiro, 2008).
Diátese do músculo reto Abdominal (DDRA)

Durante a gestação, ocorre um estiramento da musculatura abdominal, a fim de permitir o crescimento uterino, deixando um espaço de mais ou menos de 1(um) a 3(três) cm entre os dois ventres do músculo reto abdominal, denominado de diástase (BORGES e VALENTIN, 2002). Carateriza-se pela separação ou afastamento dos feixes desses músculos ao longo da linha alba, e geralmente ocorre durante na gestação e no pós-parto imediato (KISNER e COLBY, 1998 e RETT et al., 2009).
De acordo com Rett et al. (2009), os fatores predisponentes para diástase dos músculos retos abdominais são: obesidade, multiparidade, macrossomia fetal, flacidez da musculatura abdominal e as gestações múltiplas.
Ainda aborda que, a DMRA não provoca diretamente desconforto ou dor, no entanto, com a distensão excessiva, pode haver interferência na capacidade da musculatura abdominal na estabilização do tronco, originando maior predisposição ao desenvolvimento da dor lombar. Batista (2008) ainda acrescenta que, a DMRA pode originar queixas musculoesqueléticas como dor lombar, possivelmente em decorrência da diminuição de habilidade da musculatura abdominal em controlar a pelve e a coluna lombar; limitações funcionais, como dificuldade em realizar mudanças de decúbito dorsal para sentado, devido à perda extrema do alinhamento biomecânico e funcional do músculo.
Segundo Piato e Tedesco (1989), o aumento do volume do abdómen provoca um deslocamento do centro de gravidade para a frente, aumentando assim a lordose e a posteriorização dos ombros. A mobilidade das articulações sacroilíacas, sacrococcígeas e da sínfise púbica também aumentam, provavelmente, às custas da ação hormonal.
Na perspetiva de Lowdermilk (2002) apud Arnhold (2009), uma das principais causas da mudança na postura estática e dinâmica da gestante é o constante crescimento uterino. Em função da alteração do centro de gravidade, ocorre um aumento na curvatura lombossacral e uma curvatura compensatória na região cervicodorsal (anteriorização da cabeça). Estas alterações desenvolvem-se para auxiliar na conservação do equilíbrio, podendo resultar em dormências, dores e fraqueza nas extremidades do membro superior. Flores (2009) ainda explica que, as alterações que ocorrem no sistema osteoarticular devem-se a deposição insuficiente de cálcio na matriz óssea, uma vez que, uma parte do cálcio é retirada do organismo materno para ser depositada no sistema ósseo do feto.

Segundo Polden e Mantle (2000), no terceiro trimestre há uma maior retenção da água, que pode originar em grau variante de edema nos tornozelos e nos pés na maioria das mulheres, reduzindo a extensão da articulação. Também, quando ocorre nos braços e nas mãos, pode causar pressão nos nervos causando parestesias e fraqueza muscular.
Lombalgia

A lombalgia é conceituada como toda condição de dor ou rigidez, situada na parte inferior do
dorso, ou seja entre o último arco costal e a prega glútea, que pode ser acompanhada pela
lombociatalgia, dor que se irradia daquela região para uma ou ambas as pernas. É uma
condição clínica que se carateriza por dor à palpação da musculatura paravertebral, diminuição da amplitude do movimento da coluna lombar, que interfere na marcha e na postura
(FERREIRA e NAKANO, 2001 e SANTOS e GALLO, 2010).
No corpo da gestante é progressiva a série de mudanças hormonais e biomecânicas como o deslocamento do centro de gravidade, a rotação anterior da pelve, aumento da
lordose lombar com sobrecarga dos músculos lombares e posteriores da coxa, como também o
aumento da elasticidade e frouxidão ligamentar, resultante da liberação de hormônios como
estrogénio, progesterona e relaxina (SILVA e CARVALHO, 2011), podem causar dores na região da lombar.
Santos e Gallo (2010) acrescentam que, esse deslocamento do centro de gravidade para frente,
ocorre devido ao aumento do abdómen e das mamas, gerando alterações posturais tais como:
diminuição do arco plantar, hiperextensão dos joelhos e anteversão pélvica. Esses ajustes
originam uma acentuação da lordose lombar e consequentemente uma tensão nos músculos
paravertebrais. A partir do segundo trimestre, a sobrecarga nos músculos e ligamentos da
coluna vertebral torna mais intensa, devido à ação de hormônios como o estrogênio.
A sua etiologia específica na gravidez ainda é mal definida. No entanto, por ser uma afeção multifatorial, pode ser influenciada por aspetos como idade gestacional, profissão e atividades do dia a dia (SILVA e CARVALHO, 2011). Enquanto, Kisner e Colby (1998), realçam que a lombalgia gestacional ocorre devido a alterações posturais, diminuição da função abdominal e o aumento da frouxidão ligamentar.
Os sintomas da dor lombar compreendem em: dor após muito tempo na mesma posição (sentada ou em pé); dor ao subir escadas ou mudança de decúbito; atividades em pé com apoio unilateral ou torção; dor que não é aliviada com o repouso e frequentemente piora com atividade. Também, pode ocorrer desconforto na sínfise púbica (KISNER e COLBY, 1998).
Síndrome de túnel de carpo (STC)
Consiste numa síndrome de compressão nervosa, clinicamente reconhecida como uma
diminuição da função nervosa sensorial e motora na mão, causada pela compressão do nervo
mediano ao passar pelo estreito túnel cárpico sob o retináculo dos flexores do punho
(POLDEN e MANTLE, 2000).
Os fatores predisponentes da STC são: alterações hormonais (gravidez, ovário policístico,
menopausa, diabetes, hipotiroidismo), alcoolismo, obesidade, gota, insuficiência renal, artrite
reumatóide, sequelas de trauma no punho, entre outros (Ministério da Previdência Social
Brasileiro, 2008).
A STC é considerada a segunda queixa musculoesquelética durante a gravidez. O sintoma
mais comum é a dor com ardência associada ao formigamento e dormência na distribuição
distal do nervo mediano junto ao punho. Pode provocar dificuldades em segurar objetos e
realizar movimentos finos. As mulheres que apresentam STC durante a gravidez podem sofrer
recorrência de sintomas nas gestações seguintes, assim como apresentam maior risco de
desenvolver STC com o passar dos anos (POLDEM e MANTLE, 2000 e LIMA e ANTÔNIO,
2009).
Cãibras
Condromalácia patelar

O amolecimento da cartilagem da patela durante a gravidez ocorre devido ao efeito da relaxina sobre o tecido do colágeno. O alargamento da pelve pode acentuar o ângulo Q do fêmur, na articulação do joelho, e puxar a patela para fora da sua posição. O ganho de peso e as alterações posturais também aumentarão o esforço sobre o joelho. Esses fatores podem combinar e provocar um aumento do movimento lateral da patela durante os movimentos de flexão-extensão (DIFIORE, 2000 apud TFARDOWSKI, 2004).
As gestantes que apresentam esse tipo de problema queixam-se de dor contínua na região anterior do joelho, que aumenta com a flexão ou ato de sentar por muito tempo. Embora os sintomas possam desaparecer após o parto (POLDEN e MANTLE, 2000).
Tenossinovite de Quervain
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